Que vendavais alados te tornam tempestade?
Que pólos pálidos e opostos tu desnorteias?
Meridianos correm teus pés …
e cortam te equador pela metade.
Pranteia ouro teu redemoinho de areias
Cego de um sol que a tormenta nunca clareia
Retinas de sereias laminas dilaceradas
Escamas podres de pedras rutiladas
Teus lábios trovejam rubis que gotejam baços
Teus raios rasgam astros de rastros mortos
Teus corpos nus de insonia golfam espaços
Aveludam vastos céus enegrecidos
Espasmos entre linhos de nuvens estratificadas
Mancham horas azuis de ares corroídos
Voa vomitando cinzas de prata
Dragão que cospe diamantes de luz.